O Aeroporto Dix-sept Rosado, em Mossoró, pode virar entreposto para escoamento da fruticultura irrigada da região. Administradora do aeródromo, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) já iniciou diálogo sobre essa possibilidade, com o Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex).
Reunidos no último dia 30, Infraero e Coex se mostraram a favor da ideia. O próximo passo é levar a proposta à empresa Azul Linhas Aéreas, hoje a única operadora de voos comerciais no aeroporto de Mossoró.
O serviço poderá ser feito através da Azul Cargo, braço da companhia para transporte de cargas. Mas outras empresas podem se interessar na possiblidade do escoamento da produção de frutas tropicais, ou parte dela, por aviões de carga.
Competitividade
Segundo o presidente do Coex, Fábio Queiroga, o transporte por avião reduzirá o tempo do envio de frutas frescas para diversos mercados internacionais, principalmente para a China. O modal aéreo daria mais competitividade à fruticultura potiguar.
Ele observa que essa modalidade contemplaria não apenas o melão, carro chefe das exportações, mas também outros frutos perecíveis em curto tempo, desde a saída da fazenda produtiva ao consumidor final. É caso do mamão, da manga e da pitaya.
Infraero pretende tornar aeroporto viável
O superintendente da Infraero em Mossoró, Róger Lara, vê o escoamento aéreo de frutas como alternativa para viabilizar economicamente o aeroporto de Mossoró, do qual assumiu administração em dezembro de 2022, em contrato com o Governo do Estado.
A reunião entre Infraero e Coex, semana passada, na sede do Comitê de Fruticultura, foi intermediada pelo Mossoró Convention & Visitors Bureau (MC&VB). Segundo o secretário-geral do MC&VB, Oberi Penha, o encontro faz parte de série de diálogos da Infraero com o setor produtivo local sobre o aeroporto.
Dessas agendas, o Mossoró Convention participa como entidade representativa do turismo. Outro encontro dessa natureza ocorreu, em maio, com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Mossoró. O MC&VB também articula outros atores nesse processo.
Banco de dados
É o caso do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae RN), também apoiador da ideia e participante da reunião entre Infraero e Coex, no último dia 30.
Na oportunidade, o gestor da Fruticultura do Sebrae, Franco Marinho, defendeu a criação de plataforma, na qual fossem inseridos números essenciais da fruticultura e dos demais setores econômicos.
Esse banco de dados, também com a participação da CDL e da Associação Comercial de Mossoró (Acim), subsidiaria a tomada de decisões, inclusive, sobre o aeroporto.
Expofruit deve pautar escoamento por avião
Franco Marinho também sugeriu a discussão do transporte aéreo de frutas na edição 2023 da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit). De 23 a 25 de agosto, em Mossoró, o evento completa 30 anos e se constitui como a feira mais importante da fruticultura tropical brasileira.
A Expofruit deverá receber delegações de mais de 20 países da Europa, Reino Unido, Canadá, África, Ásia, Emirados Árabes e Estado Unidos. O gestor da Fruticultura do Sebrae acredita ser momento ideal para ampliar a discussão, haja vista a reunião de protagonistas do setor em Mossoró, na oportunidade.
