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Direitos autorais

Justiça mantém condenação a rádio em Macau

Foto: Ilustração

A Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) negou recurso  e manteve a condenação de uma de rádio da cidade de Macau a pagar ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) retribuições pela transmissão de obras musicais, durante o período de maio de 2015 a dezembro de 2018.

Conforme consta no processo, a emissora alegou que “não existe prova ou fiscalização do Ecad que indique a retransmissão das obras musicais apontadas em desfavor de direitos autorais”; e também que não há comprovação de que “a rádio retransmite músicas de artistas representados”.

Ao analisar o processo, o juiz convocado Diego Cabral, relator do acórdão ressaltou inicialmente que o Ecad “é uma entidade composta por sete associações de gestão coletiva musical (Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC)”.

Segundo ele, o Ecad tem a função de “formular a política e a normatização da arrecadação e distribuição de direitos autorais decorrentes da execução pública de composições musicais e fonogramas”, e possui legitimidade para “defender em juízo ou fora dele a observância dos direitos autorais em nome de seus titulares.”

Considerações

O magistrado apontou ainda que, no caso em questão, a rádio não negou a execução de obras musicais durante a sua programação, “contestando, porém, a exigibilidade pecuniária decorrente da contribuição” ao ente demandado.

A esse respeito, o magistrado esclareceu que “o dever de pagar pela reprodução de obras artísticas decorre da proteção objetiva do direito autoral, cuja fiscalização compete ao Ecad, tornando desnecessária a autorização dos artistas à promovente, em razão da função pública exercida pelo órgão”.

Desse modo, frisou também ser desnecessária “a identificação das obras, sob pena de inviabilizar o sistema, bastando que a reprodução esteja inserida no âmbito de um empreendimento comercial, como é o caso da demandada”.

Decisão

Posteriormente, o julgador frisou que o STJ já tratou diversas vezes sobre este tema, havendo entendimento pacífico no sentido de que entre as atribuições do ECAD está “a fixação de critérios para a cobrança dos direitos autorais, que serão definidos no regulamento de arrecadação elaborado e aprovado em Assembleia Geral”, conforme a redação do art. 98 da Lei nº 9.610/1998, que consolidou o regramento referente a direitos autorais. E, assim, manteve a sentença de primeiro grau em todos os seus termos. (Com informações do TJRN)

(Processo Nº 0800295-56.2018.8.20.5105)

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