A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufeesa) e a Secretaria de Estado da Educação e Cultura promoveram comemoração das 40 Horas de Angicos, quarta-feira (5). O projeto alfabetizou 300 adultos em 40 horas, no Sertão Central do Rio Grande do Norte, com práticas do pedagogo Paulo Freire, em 1963.
Realizada no Governo Aluízio Alves, na terra natal do político (1921-2006), é considerada uma das experiências mais importante na área da educação de jovens e adultos.
Extensa programação comemorativa marcou a data. A abertura ocorreu na Casa da Cultural, no Centro de Angicos, cidade na qual a Ufersa possui campus e mantém o Memorial Paulo Freire.
Na ocasião, a secretária de educação do Estado, professora Socorro Batista, que representou a governadora Fátima Bezerra, reconheceu que o analfabetismo ainda se faz presente em Angicos e demais municípios do país, sendo também a evasão e a reprovação problemas que precisam se enfrentados com políticas públicas mais eficientes.
“Um momento importante para pensar e mudar essa realidade”, pontou a secretária, acrescentando a importância do trabalho da educação municipal, estadual e federal para mudar essa realidade.
Reconhecimento
A reitora da Ufersa, Ludimilla Oliveira, afirmou que a experiência do pedagogo em Angicos serve de lição para o mundo. “Hoje, Angicos conta com um Campus da Ufersa gerando oportunidades para os jovens da região que sonham com o ensino superior”, afirmou.
Após a solenidade de abertura, os palestrantes convidados Paulo Roberto Padilha, do Instituto Paulo Freire e, o professor Walter Kohan, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a mediação do professor da Ufersa Fernando Cordeiro, abordaram em mesa redonda o tema: Pensamento de Paulo Freire no contexto atual: revisitando às 40 Horas de Angicos.
Outras atividades
Ex-alunos e monitores da primeira turma de Paulo Freire foram homenageados na Ufersa. Valdenice Ivonete, que chegou ainda criança ao primeiro círculo de alfabetização executado no país, foi uma das homenageadas no campus de Angicos da Ufersa.
“Para mim é uma felicidade muito grande estar aqui hoje mais um vez e poder dizer que temos essa universidade aqui em Angicos, que minha neta foi formada aqui, que meu filho trabalha aqui, e que tanta gente continua se reunindo para lembrar do que vivemos”, comentou a homenageada.
As comemorações do sexagenário aniversário das 40 Horas de Angicos também contou com ampla programação cultural, com lançamentos de livros, apresentação teatral e de vídeo. Quarta-feira (5), a programação foi aberta com a exibição e discussão sobre o documentário: Fonemas da Liberdade, produzido por Micaela Ovelar e Catherine Murphy, da ONG The Literacy Project, da Argetina.
O professor e advogado Marcos Guerra, um dos organizadores dos Círculos da Cultura, no Projeto 40 Horas de Angicos, relatou a experiência vivenciada há 60 anos, numa mesa de diálogo mediada pela professora da Ufersa Ana Aires. (Com informações da Ufersa)
