Há 60 anos, em 2 de abril de 1963, entrava no ar a Rádio Rural de Mossoró. Foi inaugurada como Emissora de Educação Rural, com a presença do então presidente da República, João Goulart.
Coube o jubileu de diamante cair no Domingo de Ramos. Dessa forma, a tradicional procissão nas ruas de Mossoró hoje (2), do início da Semana Santa, também celebrou o aniversário da emissora.
Frise-se que não é aniversário qualquer. Se vivo fosse, certamente o monsenhor Américo Simonetti, por tantos anos diretor da rádio, estaria a sorrir, orgulhoso da façanha: 60 anos.
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Seis décadas de Rádio Rural de Mossoró, iniciadas com ênfase na educação, como proclamou o bispo dom Gentil Diniz Barreto, na inauguração.
“A Emissora de Educação Rural terá por objetivo principal a educação de base, através das escolas radiofônicas, cujos monitores e alunos aguardam a voz de comando para a marcha vitoriosa da erradicação do analfabetismo em toda zona oeste potiguar”, declarou dom Gentil.
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E, a primar pela educação, sobretudo ao meio rural, manteve-se firme a Rural no propósito de alfabetizar adultos pelo rádio, no Movimento de Educação de Base (Meb), até os anos 80. A partir dessa década, adotou programação de caráter educativo mais genérico.
Isso, contudo, sem deixar de lado, claro, a partilha a palavra de Deus nas reflexões, a facilitar a participação virtual à Eucaristia de quem não pode estar presente e alegrando o ouvido do sertanejo.
Sim, porque entretenimento e cultura também sempre foram marcas da Rádio Rural. Nos primórdios, realizou em Mossoró grandes shows populares, com artistas de renome nacional.
É o caso de Núbia Lafayete, Roberto Carlos, Cauby Peixoto, Agnaldo Timóteo, Jane e Herondy, Cláudia Barroso, Waldik Soriano, Carmem Silva, Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Trio Mossoró e muitos outros.
Como esquecer também de A Mais Bela Voz, nos festejos populares da Festa de Santa Luzia – concurso que tantos talentos revelou e que tanto animou as noites mossoroenses.
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Por falar em animação, outro que também estaria a sorrir seria Manoel Alves de Oliveira, “Seu Mané”. Ele, que não escondia a honra de ter aberto os microfones da Rural, na inauguração, para o presidente Jango. Seu Mané, que fez história com “A hora da coalhada” e tantos outros programas.
Mas têm motivos para sorrir, orgulhosos do jubileu de diamante, os que dão sequência ao legado dos antigos: bispo dom Mariano Manzana, padres Flávio Augusto e Ricardo Rubens. Martins Coelho, em nome de todos os comunicadores.
Meus amigos e colegas jornalistas Valéria Bulcão, Saulo Vale, Maricélio Almeida, que fazem jus à memória de Emery Costa e tantos outros operadores da notícia que passaram pela rádio.
O amigo Sérgio Oliveira, que chegou à rádio em 1985, no seu primeiro emprego na mídia, lembra de time lendário da redação: além dele, Emery Costa, Silveira Neto, Renato Severiano, Antônio Washington e Evilázio Luz, como noticiarista.
Lembro de Tony Filho, incansável repórter, hoje aposentado. E de Maguila, nos controles, que também se aposentou. São muitos e muitos nomes dignos de nota. Perdoem-me.
Enfim, parabéns à Rádio Rural de Mossoró, que, como patrimônio oestano e incansável nos seus 60 anos, continua firme na missão de evangelizar, entreter e informar.